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O indiano é uma pessoa difícil de entender. Eles tem uns
cinco mil anos de história, nós temos apenas 500 anos. Eles pensam acima da
linha do Equador, nós pensamos abaixo. Creio que o sol e a lua, talvez até as
estrelas, exerçam alguma influência na cabeça e no jeito de proceder deles. Carregamos
o gene europeu, africano e dos habitantes da nossa terra, eles têm os deles só
Deus sabe de onde. Nós queremos servi-los,
eles querem nos explorar. Geralmente, falamos com educação e dizemos, por favor;
esta palavra parece que foi riscada do dicionário deles. Falam como se
estivessem brigando conosco.
Nossa viagem de Bhubaneswar para Delhy foi tranquila, apesar
do atraso.... explico: saímos de casa
por volta de 8 hrs. Devido aos abraços e beijos, e choros e olhares compridos
de muitos irmãos que foram se despedir de nós, começamos atrasando 20 minutos.
Chegamos ao aeroporto 8:40. Até que desceram as malas e as colocam nos
carrinhos, mais 10 minutos foram embora. Daí começa a interminável checagem...
cada porta que se vai passar: “passagens
e passaporte, por favor”. É, alguns ainda falam a palavra. Até que os 4
entram, mais 5 minutos voaram. Os irmãos, do lado de fora, balançam os braços e
as mãos, dando tchau. Por segundos me
lembrei dos abraços deles lá fora, das orações em conjunto, das palavras de
carinho e da pergunta que repetiam constantemente, quase todo dia nas duas
últimas semanas: quando vocês vão voltar
novamente à Índia? Minha resposta sempre era a mesma: Só Deus sabe.
Quando avançamos mais, chegamos em outro entrada. Mais conferidas.
Quando fomos escanear as malas, a de Madame Jô garrou – sempre ela. Havia dentro
da mala dela um isqueiro que ela estava levando de presente para Filipão, mas o
bendito tinha o formato de uma granada. Daí você imagina, a mala de uma
inocente donzela, carregando uma granada de mão. O guarda não quis nem saber,
nãopermitiu ela levar o artefato.
Resolvido o problema, fomos apresentar as malas para as
pesagens. Eu sabia que ia pagar uma grana extra, porque as duas madames só não
compraram a Índia toda porque não tenho tanto dinheiro assim, e porque não está
a venda. Imaginem, até pasta de amendoim Jane está levando.
--- Mais isso ai tem no Brasil Jane.
--- Mas não é tão
gostosa como essa, respondeu.
Sabem quantos quilos eu paguei de peso extra? 62 quilos. Sabe
quanto em dinheiro? R$ 680,00. Quase morri. Não acreditei. Lá se foram minhas
economias. As atendentes começaram a ficar impacientes chamando nós 4 para
embarcarmos, mas a demora no pagamento estava sendo deles, pois nunca vi
preencher tanto formulário assim.
Chegamos em mais uma porteira, com detector de metal, raio
X, o escambal. Dessa vez, minha mochila de mão é que ficou retida. A guardinha
trouxe a bolsa e me disse: Tire o isqueiro! Caramba, eles pegam no
pé por causa de um isqueiro. E nem tinha o formato de uma granada como o de
Madame. Tirei o bendito e entreguei pra ela. Dessa vez foi Hermes, meu cunhado,
que ficou sem seu presente que havia comprado pra ele em Puri. Continuamos nossa
caminhada. Chegamos em mais uma parada, dessa vez para conferirem os nossos
bilhetes. Quando finalmente chegamos à porta de saída para entrarmos no avião,
o cujo estava no meio da pista, e um único ônibus nos esperava para nos levar a
ele. Quando chegamos na porta mesmo, finalmente, foi que nos demos conta que
fôramos os últimos passageiros a embarcar. Da porta pude ver mais de 100 pares
de olhos, inquiridores, inibidores, nos arguindo – por quê vocês estão atrasando a nossa viagem?
Mas a coisa não para aqui. Lucas havia feito o Check-In pela Internet um dia antes. E quando
chegamos em nossos assentos, havia uma mulher confortavelmente na cadeira dele,
e não quis sair. Foi necessário chamar a comissária de bordo para a mulher
mudar de lugar. Me lembro que a comissária, “educadamente” apenas disse, em um
bom e entendível inglês: madame, sente-se
em sua própria poltrona. Pensei: ô retado, mas no fundo, achando bom a
mulher ter ganhado este pito.
O voo demorou apenas 2 horas. Na saída do avião, já sentimos
o frio. Caminhamos para sair e pegar um ônibus do próprio aeroporto que nos
levaria ao outro, pois chegamos no de voo doméstico, e tínhamos que ir para o
Internacional. Ao pegarmos os bilhetes que nossas passagens davam direito, nos
dirigimos ao ônibus. Dois indianos vieram nos ajudar. Empurraram nossos
caminhos, pegaram as malas e colocaram no interior do carro e depois nos
pediram dinheiro. Falei que não ia dar, pois eu não os havia contratado. E me
fingi de tolo e os deixei conversando
fiado. Ainda bem que não sabiam inglês e o ônibus estava quase saindo, e
tiveram que descer.
Ao chegar no outro aeroporto, fomos entrar. Tínhamos a
intenção de deixar nossas malas em um guarda volumes e visitar o Forte
Vermelho. Mostramos nossos passaportes e
passagens... o guarda disse: --- Vocês só
podem entrar depois da meia noite. Pronto, e agora? Três carrinhos lotados
de malas. Fomos ao guarda volumes – 20 reais por mala.
--- Tá caro demais
este negócio, pensei, vamos ficar por
aqui mesmo. Achamos uma lanchonete ali perto e fomos “almoçar”. Quando estávamos
bem tranquilos lanchando, um cano, não seu de onde, estourou, e vazou água por
todo o salão. Tivemos que mudar de local por duas vezes, até que por fim,
saímos de lá. Ficamos perto de uma janela onde batia uns raios de sol. Ficamos ali
para nos aquecer um pouco. 10 minutos depois chegaram umas mulheres limpando o
chão e nos pediram para sair, com todo aquele jeitinho indiano de não usar a
palavra, simplesmente, nos ordenaram. Decidimos não sair. Veio o atendente e
nos indicou que poderíamos ficar na sala de espera para viagens internacionais.
Isso explica meu comentário no primeiro parágrafo sobre os
indianos, pois o guarda que nos atendeu logo de cara deveria ter nos dito que
havia esta bendita sala, e que poderíamos ficar lá. Quando chegamos, a sala é realmente
confortável, com camas, cadeiras confortáveis, e que dá acesso ao local onde o
primeiro guardinha não nos deixou entrar.
Bem, neste momento, estou nesta sala, escrevendo para este
blog, na esperança de que alguém leia, e possa visualizar o que passamos. Viajar
é bom, mas as vezes, não é fácil. Muitas coisas podem acontecer. No final, tudo
vira festa. Nosso voo será apenas amanhã às 6:45. Portanto, tenho a noite
inteira para ficar aqui, escrever, jogar, conversar com estrangeiros, dormir,
etc.... enfim, esperar para voar para
Istambul, nossa próxima parada.
Foto: Blog "Essas&Outras - Blog Informativo |
A
Índia é um país de muitos deuses. São mais de mil. Até uma pessoa, se quiser se
tornar um “deus” aqui, é possível. Basta ele dizer que é a reencarnação de
algum deus, ou pessoa do passado que se passou por deus e já morreu, e voltou
agora, e “trabalhar” para conseguir uns 100 seguidores, pronto, ele se torna
uma divindade, passa a ser adorado, reverenciado e seguido, e também seus
conselhos e frases filosóficas são colocados em prática. Neste quesito, gurus
dizendo-se divinos pipocam aos montes em um país onde a idolatria está no DNA
de mais de mil gerações. Não é necessário fazer nenhum milagre, ressuscitar
nenhum morto, levantar nenhum paralítico, basta se declarar um “deus” e
manipular as mentes das pessoas com palavras e frases bem elaboradas para conseguir
uma penca de seguidores fanáticos, ávidos por um sentido na vida.
Foto: Blog "opoliglta.com.br" |
Neste
quesito, a Índia tem atualmente 8 gurus andando por ai, e 1 no exterior, mais
precisamente em Austin, Texas, USA, de nome Prakashanand Saraswati. Procurado pela Polícia Federal Americana por
assédio sexual cometido em 2010, foi preso em Trinidad e está sendo acusado por
20 abusos sexuais de crianças. Embora
pesando sobre ele acusações sérias sobre crime de morte e um colossal
enriquecimento ilícito, estupro e abuso infantil, nada disso arrefece a
idolatria e fé de seus seguidores. Os que perambulam por aqui também não são
santos, todos tem sobre si alguma acusação de abuso infantil, estupro de
mulheres e até assassinatos. O mais
destacado deles é um “autoproclamado homem-deus” Asaram Bapu. Ele atrai
milhares de seguidores falando de amor, paz, deus, vida e conhecimento Zen
superior, e recentemente, foi preso pela polícia de Rajasthan por tentativa de
estupro de uma jovem de 15 anos.
Outro proeminente aqui, quando em vida, era Śri Sathya Sai Baba ou somente,
Sai Baba, hoje adorado como Deus. Se autoproclamou como divino, conseguiu
seguidores e devotos. Seu nome de nascimento era “Sathyanarayana Raju (23 de novembro de 1926 – 24 de abril
de 2011), e nasceu em uma pequena aldeia
localizada no Sul da Índia, aproximadamente 170 km ao norte de Bangalore.
Foto: wikipedia |
Era um guru, líder espiritual, místico, filantropo e
educador, considerado por muitos como um Avatar
(encarnação na forma humana de um ser divino). Ele próprio dizia ser a re-encarnação
de Shirdi Sai Baba, um
religioso eclético indiano do século
XIX venerado por hindus e muçulmanos e futuramente seria Prema Sai Baba quando o planeta Terra viveria em um
mundo de paz.
Na metade final do
último século XX, alcançou
tremenda popularidade ao redor do mundo e se transformou num ícone cultural.
Sua compaixão, sabedoria e generosidade produziam profundas mudanças de caráter
e conduta naqueles que o seguiam. A materialização de vibhuti (cinza sagrada para os hindus) e outros pequenos objetos como
anéis, colares e relógios usados por Sathya Sai Baba era fonte tanto de fé e fama como
também de críticas e controvérsias: devotos consideravam-nas como sinais de divindade, enquanto céticos viam como
simples truques de mágica. Sua fotografia é exibida em milhares
de casas, amuletos e nos painéis dos carros, pois sua imagem é considerada por
muitos como sinal de boa sorte.
Estimativas dizem que o total de
seguidores variam de 6 milhões até 100 milhões. Na própria Índia, Sai Baba conquistou seguidores
principalmente da classe média alta, o setor urbano da sociedade que tem
"a melhor saúde, educação e exposição às ideias ocidentais”. Sathya
Sai Baba fundou um grande número de escolas, faculdades, hospitais e outras
instituições de caridade na Índia
e em outros países. A mensagem de Sai Baba tem inspirado a criação de milhares de “Centros
Sai” em todo o mundo , além de colégios, escolas técnicas, centros de educação
em Valores Humanos, universidades, hospitais, centros de assistência médica,
etc., tendo bastante influência na política indiana e todas prestando
atendimento totalmente gratuito e sendo bem conhecidas na Índia e em diversos
Países.
Morreu em 24 de Abril
de 2011 em Puttaparthi , após prolongado internamento
hospitalar.
Foi enterrado com honras de Estado
na Índia e milhões de pessoas foram ao seu Ashram para as cerimônias do funeral”.
Conversando com pessoas locais sobre ele, dizem que
era um homem-deus, encarnação de divindade, etc. Cristãos indianos dizem que
ele pediu para ser colocado em uma urna em sua casa, e que os fiéis esperassem
por três dias, pois ele afirmou que ressuscitaria. Os devotos fizeram como ele
pediu e aguardaram os três dias, como ele não ressuscitou, o enterraram, mas
seus ensinos perpetuam por grande parte da Índia, e sua imagem é venerada nos
templos hindus e fotos do seu rosto estão espalhados por portas de casas e traseiras
de carros.
Este é apenas um exemplo de como se tornar um deus na
Índia. O diferencial é a caridade que estes gurus praticam. A grande maioria
das pessoas neste país é pobre, tendendo a extremamente pobre. Conseguem viver
com apenas Ru 1.500 ( em torno de R$ 60,00 ) por mês. E isso para manter
família com até 2 filhos. Nas favelas, a maioria mora apena em 1 quarto. Necessidades
são feitas no mato, pois banheiro é artigo de luxo. Conheci uma mulher cristã
que cuida de mais 5 crianças porque os pais morreram devido a má higiene no
local onde moram, e as doenças se espalham através do esgoto que corre a céu
aberto e dos ratos que infestam as casas. Por não ter canalização de esgoto,
eles elegem um espaço fora e para ali canalizam o esgoto, que vira criatório de
muriçocas e deleite dos porcos.
Foto: India Today magazine - October Edition |
A Índia é uma panela de pressão prestes a explodir. Levantes
e manifestações praticamente acontecem toda semana em alguma parte. O povo vive
oprimido: pelo governo que não dá a mínima condição de vida saudável, pela
polícia que reprime violentamente todo motim que surge, pelos “deuses” (
demônios ) que aprisionam a fé deles, pela falta de dinheiro para ter as
necessidades básicas atendidas. Nas aldeias próximas aos grandes centros se
vive na idade das trevas e se volta ao século XVIII. As únicas coisas que nos
mostram o nosso século são as roupas e os celulares. É comum, nas favelas,
encontrar pessoas endemoninhadas, oprimidas, tristes, pessoas sem alegria de
viver, que não conhecem o que é sorriso. Aqui, algumas famílias que se sentem pressionadas
por mais uma criança que chegou, vendem suas filhas mais velhas para a
prostituição, para ver se, com o dinheiro recebido, conseguem viver mais um
tempo. O governo tem tentado reprimir esta prática, prendendo e levando a
julgamento os casos descobertos, mas é difícil quando a fome chega ao estômago
e não há mais o que fazer. Aqui há uma *família inteira onde a única maneira
que encontraram para sobreviver foi
praticando a prostituição de forma comercial. São os Bedia, uma família de classe baixa em Rajasthan e Madhya Pradesh. As
jovens da família, com o consentimento da comunidade, se prostituem e os seus
irmãos fazem a proteção das mesmas. Hoje em dia, neste vilarejo de nome Pachhi Ka Nagla, ou Vila do Pássaro, procurado por muitos homens endinheirados de
Jaipur, são mais de 100 mulheres da idade de 10 a 40 anos engajados no Family sex business. ( Comércio de sexo
familiar ).
A igreja na Índia precisa de um reavivamento. Eles precisam
de intercessores, gente que ora e chora por esta nação. Os cristãos aqui estão
frios e nominais. Não há paixão pelas coisas espirituais e o fogo de Deus está
quase extinto nos corações. Alguns missionários estão fazendo alguma coisa, mas
a opressão é muito grande. Há muito o que fazer, mas eu creio que o maior
desafio será mesmo a oração, pois as obras aqui ( dos cristãos ) são reprimidas
e tímidas. Temos que orar para Deus mesmo venha à Índia e mude toda essa
situação de calamidade espiritual que choca o mais frio cristão ocidental. Se você
não pode ou não consegue contribuir financeiramente com missionários aqui neste
país, eu até entendo, mas não vou entender se você não orar dia e noite por
este povo que está na miséria, pois orar, você pode. Há não ser que você esteja
também como eles aqui estão.
Estar na
cidade de Gaya é uma tortura constante. Tortura para os olhos, devido a poeira;
tortura para os ouvidos, devido às buzinas constantes; tortura para o corpo,
devido à multidão de gente, carros, rickshaws e motos nas ruas, além de animais
que perambulam de um lado a outro da cidade.
Nossa viagem
de trem foi tranquila. Vagão de 1ª Classe com cama boa, ar-condicionado e
comida nos horários previstos. Mas quando se chega na estação da cidade, se cai
dentro de uma realidade que não passou durante uma semana, tempo que ficamos
por lá. A estação já é um choque cultural terrível. A ideia que se vem à mente
é de se estar em guetos, com aquela
multidão se esparramando pela área suja. Famílias inteiras dormindo ao relento,
gente colada em gente, crianças e adolescentes, andarilhos percorrendo o
corredor natural pedindo dinheiro aos passageiros que descem do trem. Tivemos
que passar por aquele corredor natural e
buscar o ar da entrada da estação. Mas o desprazer continua, pois as luzes
mostram a dura realidade do que passamos a respirar: poeira, muita poeira.
Encontramos
em seguida nosso amigo Charles, que nos levou direto para o hotel City Surya. A madrugada fria era cortante.
Tudo que queríamos era chegar ao quarto e dormir. A fachada do hotel era bonita,
assim como seu interior, o quarto também era aconchegante, amplo, com uma cama
de casal kingsize, mas como nem tudo
neste mundo é perfeito, o quarto estava muito sujo, os lençóis sujos, o
banheiro, igualmente sujo. O interessante é que nos entregaram o quarto do
jeito que estava mesmo, sem limpá-lo, e ainda ficaram na porta esperando
gorjeta. Sinceramente, tive vontade de
falar umas boas com eles, mas me atrevi a apenas solicitar a eles que trocassem
os lençóis da cama e as fronhas. Fomos dormir às 5 da manhã.
Às 9 horas,
liguei pedindo a eles para limparem o banheiro. Veio um sujeito magrelo, que
limpou, mas não enxugou. Ficou na mesma. Como éramos três, João dormiu no chão,
em cima de umas espumas que arrumaram para ele, e todas as noites ele arrumava
e desarrumava sua cama. A semana que passamos lá o quarto não foi limpo nem uma
vez, e o lençol foi trocado apenas uma vez.
Outra novela
era o restaurante. O café da manhã estava incluído no preço. Quando chegávamos
para pedir o café, as únicas coisas que tinham para nos dar eram 4 pedaços de
pães de forma torrados pra cada um, uma xícara de café com leite, geleia, e
ovo, ou cozido ou omelete. Todos os dias, a mesma coisa. As vezes tínhamos que
esperar meia hora para sermos atendidos. O quarto ficou uma semana sem ser
limpo. Trocaram nossas fronhas e lençol apenas uma vez, em uma semana. Atendimento
muito ruim daquele hotel.
Estar nas
vilas era pesado para nosso corpo, mas uma benção para nosso espírito. Ver o
rosto daqueles irmãos em terras tão distantes, aldeias no meio do nada, apenas
campos e plantações. Pessoas vivendo na mais pura simplicidade. Crianças descalças,
brincando umas com as outras, jovens adolescentes que a única diversão é ver o
sol nascer e se por, homens trabalhando na terra, cavando, plantando, colhendo,
puxando água com a bomba, irrigando os canais. Esta é a rotina. Mas os
cristãos... felizes, por terem um pastor, e sobre eles o Supremo Pastor, que os
livrou de toda opressão da idolatria, do medo, da ameaça, da ira dos demônios. Ver
tudo isso e participar era um conforto muito grande à minha fé.
Visitamos 5
aldeias, e em todas elas, a mesma alegria, a mesma simplicidade, a mesma fé, o
mesmo Senhor sobre eles. E como foi bom ver
que eles repetiam a catequese, estavam tendo o mesmo entendimento sobre o Reino
de Deus que tínhamos. Em uma das vilas, o obreiro local esta começando um
trabalho novo. Entramos por um cubículo apertado. As mulheres e os homens já
estavam assentados no chão, nos esperando. Reparei que a maioria era de
mulheres hindus; todas elas com a marca do hinduísmo na testa. A medida que o
encontro seguia, percebi que elas prestavam bastante atenção. Não perdiam uma
palavra. Quando João começou a pregar, era interessante ver como os olhares
delas faziam um mesmo caminho, como que varrendo o chão em sequência; João
falava, olhavam para ele; eu traduzia, olhavam para mim; Charles re-traduzia,
olhavam para ele. E foi assim por meia hora. Nossas palavras eram como gotas de
chuva doce caindo em terra há muito tempo seca, salgada e rachada pelo sol. Na oração,
pensei que alguma iria ficar endemoninhada, mas isso não aconteceu. É claro
que, quando vieram pedir oração, trouxeram suas garrafas de água. Elas creem
que se o homem sagrado orar e abençoar a garrafa de água, elas levarem para
casa e beberem ou lavarem feridas com essa água, ficarão curadas. É o mesmo
princípio da água benta dos católicos.
No último
dia em Gaya já estávamos arrasados de cansados, João, Lucas e eu. No hotel, por
duas noites não dormimos bem, pois nosso quarto, nos fundos do hotel, dava
vista para um terreno baldio onde a cachorrada disputava a dentadas a comida
que os cozinheiros do hotel jogavam para eles. E nessa disputa 3 bezerros também
brigavam com os cachorros. Para virmos embora, saímos de madrugada para pegar o
trem, e viajamos todo o dia em um vagão de 3ª classe junto com alguns outros
indianos. Quando entramos portas adentro da nossa casa em Bhubaneswar, nosso
desgaste era visível. Mas sobrevivemos para contar a estória.
Entrada do Zoo. |
Já faz algum tempo que não venho aqui, postar alguma coisa.
Também, nada de muito interessante estava acontecendo além do trabalho normal
do dia a dia, apesar de que, estar morando em uma cidade da Índia, grande e bem
estruturada, nos faz ter novidades quase todos os dias, pois, para nós, tudo
aqui é novo.
Minha família e eu fomos ao zoológico da cidade, juntamente
com Saulo, de São José do Rio Preto-SP, que estava passando uns dias aqui
conosco. Alugamos um auto e seguimos estrada afora, com o tuk-tuk buzinando a
todo momento, junto com todos os demais.
Jane, já na parte de dentro do Zoo. |
De nossa casa à entrada do Zoo dá uns
6 km. Logo quando chegamos, já apareceram uns homens oferecendo-se para serem
guias. Imagine, guia pra nos falar que aquele animal contendo algo em seu nariz
que parece uma cobra e que tem 4 patas enormes cada uma contendo um joelho é um
elefante, só se fôssemos doidos pra aceitar o serviço desse cara. E a gente
rejeitava um, chegava outro... se revezavam em oferecer o serviço. Fui comprar
os bilhetes, e como sempre, para nós, estrangeiros, sempre é mais caro. Há uma
grande entrada para o Zoo, espaço de 500 metros de onde se compra o bilhete,
depois, outra pessoa recebe o bilhete e o marca, inutilizando-o.
Jane, minha fonte de inspiração. |
Há uma fonte
de água 200 metros à frente, enfeitada com estatuas de animais do local,
macacos, araras, tigres, cobras. Nos dirigimos ao restaurante para comprar água
e depois seguimos para a sessão dos felinos. A medida que caminhávamos,
avistávamos tigres, cada área com seu próprio tigre. A possa d’água onde podiam
se refrescar do calor estava imunda, cheia de lodo. Seguíamos tirando fotos e
conversando, mas também chamávamos a atenção dos indianos, pois Saulo era alto
e branco, e as pessoas olhavam para nós como se fôssemos de outro mundo. Os
animais deixaram de ser interessante para eles. Éramos animais também.
Macaquinho esperto... daí vem uma pessoa depois e bebe no mesmo lugar. |
Demos a volta ao parque e saímos na sessão de cobras. Jane
se lembrou das amigas ( rsrsr ). Tirei fotos de algumas “amigas de Jane”,
alguns amigos meus “crocodilos” e fiquei torcendo para que um gato escorregasse
de cima do muro que cercava alguns jacarés que estavam se refrescando na água
limpa, recentemente trocada. O gato tentava pegar um pássaro que bobeava por
ali. Houve um momento que ele escorregou. Apontei para ele minha filmadora ( ia
ser Youtube na certa ) mas o felino, em seu instinto de sobrevivência, pos as
garras afiadas para fora e se segurou. Fiz uma cara de desgosto, pois queria
mesmo ver um jacaré devorando um gato branco, ainda filhote.
Lindo este tigre, só não queria estar la dentro com ele. |
Continuamos
descendo e passamos perto de um lago onde havia rinocerontes e hipopótamos. São
animais magníficos. Passamos pela parte dos pelicanos e nos dirigimos ao
restaurante de novo, para refazer as forças, tomar água e almoçar.
Depois do almoço, nosso destino foi fazer um safári. Há um
ônibus dentro do parque que te leva para um espaço reservado para os leões e os
tigres brancos, e também os ursos e
grandes veados. São três espaços. O veículo entrou primeiro no dos
leões, que na verdade, é apenas um casal. Os avistamos quando estávamos
próximos a sair. Estavam debaixo de uma árvore.
Dr. Leão e sua esposa querida. |
O ônibus parou, desligou o
motor, e as pessoas correram para as janelas pra tirar fotos. O macho e a
fêmea, deitados estavam, deitados continuaram. Olharam para nós como que
dizendo: nossa, que chato esse pessoal
aqui de novo. Abriram a boca como se aquilo fizesse parte do teatro que
tinham já decorado o enredo e voltaram a lamber as patas. E a gente ali, que lindo, bacana, como é forte... etc. O carro seguiu e quase olhei para trás. Pra
mim o leão estava movendo a pata levantada dando adeus e dizendo: Até a próxima! Imaginar estas coisas
torna o animal em si mais “humano”, mais pessoal, como se tudo fosse parte de
uma grande simbiose; eles precisam de nós para continuarem vivos, e nós
precisamos deles para mostrarmos a nós mesmos o tanto que somos protetores dos
animais selvagens. Mas na verdade, o que eles queriam mesmo é estar nas savanas
africanas de onde foram tirados, e se nos encontrassem no habitat deles, nos
matariam, porque nos veriam não como turistas de passaportes nas mãos, mas como
comida, apenas isso.
Tigre Branco, um dos animais mais lindos que já vi. |
Ver o tigre branco foi mais emocionante. Após passar pelos
dois portões de ferro na entrada (primeiro
se abre um portão, o ônibus entra, e o portão se fecha logo atrás, e depois se
abre o outro portão, e o ônibus segue), percebi que havia uma gazela no
espaço do tigre. Estava lá, balançando o rabinho, comendo grama. Saquei logo a parada, eles não dão animais
mortos para os felinos, mas vivos, e eles tem que caça-los. Quando avistamos o
tigre, ele estava descendo a estrada, andando sorrateiramente. O carro parou e
ficamos observando. O animal é lindo, enorme, pele branca listrada de preto.
Notei que ele estava no processo que caçar a gazela, e se dirigia exatamente
para onde ela estava. Depois de várias sessões de fotos, o carro seguiu e mais
à frente vimos o outro tigre, próximo à cerca. Depois que entramos no setor do
urso preto e dos veados galheiros, a viagem ficou chata e eu queria mais era
que chegasse ao destino final.
Jane, esperando o trem partir. |
Terminado o passeio, fomos andar de trem. Se arrependimento
matasse, todos nós estamos já mortos. O trem, movido a óleo diesel, soltava uma
fumaça fedorenta. Estávamos no primeiro vagão, e quando o motor foi ligado,
corremos para o último, que ainda estava vazio. Antes da partida, éramos 5, e
foi chegando gente, e foi chegando gente, e ficamos espremidos. O trem dá uma
volta, mas anda a 5 km\h. E também anda dando baques como carro que está
engasgando, e não consegue fluir na velocidade. Cada baque era um suplício. Dei
graças a Deus quando chegou. Mas valeu pela foto que tirei junto com Jane. Vai
ficar de recordação para nunca mais entrar nele de novo. Já cansados, nos
dirigimos para a saída e chamamos um auto para nos levar para casa. Era uma
quarta-feira, e na noite deste dia, Saulo voltou para o Brasil.
De todos os que vi no parque, este foi o mais estranho. Mais fotos no Facebook. |
“Entre, por favor, entre” – este foi o pedido daquele homem
indiano franzino, um pouco desnutrido, magro e baixo, com claras evidências de
não crescimento apropriado por falta de uma correta alimentação em sua
infância. Agora, já casado com uma mulher bem mais robusta que ele e tendo um filhinho, me convida para entrar em sua casa.
Meu amigo de jornada, Rajesh, pilotava a moto fumarenta dele.
Perigosamente se aproximava de carros e outras motos que passavam mais velozes.
A mim me parece que todos os motoristas e pilotos na Índia nascem com um código
natural de direção, e o que vejo é que, por aqui, existe harmonia no caos. Eu,
como passageiro, às vezes e por instinto de segurança, me segurava na traseira
da moto quando pressentia algum perigo. Um deles era a quantidade de vacas e
bois deitados na beirada da pista para passarem a noite ruminando. Em um desses “currais a céu aberto” havia, não Um ou Dois animais, mas uma manada, impassíveis ante a
quantidade de veículos transitando e buzinando pelo local. Coisas que só se
vêem na Índia. Percebia que, milagrosamente, uma moto se desviava deles e
seguia em frente. Meu amigo me disse que não é incomum que algum piloto
distraído atropele algum deles.
Frente do quarto onde Alok mora. |
A toada da moto continuava até que entrou por uma rua
estreita, mas invadida por pequenas lojinhas que vendiam todo tipo de
bugigangas, e iluminavam a rua em uma claridade muito superior à que havia na
iluminação pública. 500 metros mais à frente e as lojas foram escasseando,
dando lugar a matadouros de galinha de granja e instalações precárias para se
comer alguma “Samossa” ou bolinhos. Consequentemente, o brilho da rua já não
era o mesmo. Após meu amigo fazer uma curva pela esquerda, nem poderia chamar
aquilo de rua mais. Na curva, lá estava o esgoto a céu aberto no terreno baldio
à frente, e na sequência, buracos e pedaços de asfalto se misturavam, indicando
uma longa temporada sem manutenção. Quando a moto parou, desci e vi aquele que
me convidara a visitar sua casa. Seu nome é Alok. Seguimos a pé até a sua
residência. A medida que caminhava, a claridade ficava para trás, até
desaparecer por completo. Em frente à sua casa, já não enxergava mais nada e
precisei de lanternas para não ter nenhuma surpresa nos pés, pisando em estrume
de vaca. Quando Rajesh chegou e estacionou a moto, o terreno era fofo e a moto
caiu, sem nenhuma cerimônia. Quando meu hospedeiro disse: “entre, por favor,
entre”, havia algumas pessoas dentro da “casa”, que na verdade era apenas Um
quarto coberto com telhas de amianto. Havia duas cadeiras de plástico surradas,
a cama e algumas esteiras no chão, onde as mulheres, 4 ao todo, se assentaram.
Os homens, 5 ao todo, se assentaram na cama, e Rajesh e eu nos assentamos nas
cadeiras. Fora do quarto permaneceu a mulher dele e o sogro.
Quarto onde Alok mora |
Alok é o nome do rapaz que me convidara, e seu nome
significa Luz.
Alok é um cristão que saiu fugido de Kandamal, distrito mais
ao centro do estado de Orissa, quando houve a perseguição contra os cristãos em
2007 naquela região. Muitos morreram queimados, a pedradas ou pauladas. Outros
fugiram para a floresta e outros vieram para a capital, morar nas favelas. A
favela que ele mora é um assentamento dado pelo governo para que as pessoas
fossem tiradas de perto da linha de trem de ferro e da estação ferroviária. Todos
foram retirados e alojados neste local. O quarto que ele mora é alugado, e o
preço é 1.200 rúpias, em torno de R$ 48,00 por mês. Como ele não tem nenhuma
espécie de estudo, sem qualificação, fala apenas o idioma de sua localidade, os
empregos que consegue são apenas pequenos afazeres.
Naquele ambiente mal iluminado falei sobre o Reino de Deus
para aquelas pessoas, homens assentados sobre a cama, e mulheres assentadas no
chão. Normal por aqui, em uma sociedade extremamente patriarcal, onde os homens
têm todas as regalias que uma cultura pode dar. Sempre eles têm o melhor
pedaço, o melhor lugar e são servidos primeiro. As mulheres não ousavam
levantar a cabeça e eram extremamente tímidas. Mas foi ali, dentro daquele
quarto “casa” que ouvi, após a proclamação, que uma mulher orou assim: Obrigado Senhor, por ter trazido este
estrangeiro aqui para me explicar sobre o Teu Reino. Um homem orou assim: Jesus, te peço perdão, pois até hoje eu estava
andando em meus próprios caminhos, e fazendo a minha vontade e não a Tua. Quero
mudar de atitude e Te servir.
Cozinha |
Não sei em quais caminhos um lampejo de fé assim e mudança
interior pode levar uma pessoa dessa, que mal, mal conheci em apenas algumas
horas de uma noite massacrante de quente, tendo um ventilador portátil jogando
um bafo ácido em meu rosto na vã tentativa de me refrescar. Mas uma coisa eu
sei: a Palavra de Deus quando chega, como semente que encontra terra boa, cria
raízes, transforma, traz mudanças e prepara seu receptor para uma vida de
contato com o Cristo ressuscitado, mudando toda uma trajetória trágica para uma
vida jubilante e sadia aos pés do Senhor Jesus, Rei de todo o Universo.
Obs: Você, que leu esta estória, se desejar ajudar este irmão e sua família, abaixo coloquei a conta do Banco do Brasil para fazer depósito. Naquele quarto moram ele com esposa e filho, e mais o sogro e a sogra, que dormem apertados no chão. Eles precisam da sua ajuda. Eles ganham com os bicos que fazem 6 mil rúpias por mês. Isso equivale a 240,00 reais. Pagando um aluguel de 50,00 reais, sobram a eles 190,00 reais para comprarem comida. Se você se sentir tocado por Deus em ajudá-los e mandar uma boa oferta para eles, faça o depósito na conta abaixo e especifique a oferta escrevendo "Alok", que o dinheiro chega à mão dele. Deus abençoe a você pela generosidade de sua oferta.
Conta - Banco do Brasil
Agencia - 0104-x
Conta - 56852-x
Rivalver Lopes de Oliveira
CPF - 504.583.296-49
Se desejar me escrever para obter mais detalhes sobre a obra de Missões na India, ai vai o endereço.
rivalver@hotmail.com
Obs: Você, que leu esta estória, se desejar ajudar este irmão e sua família, abaixo coloquei a conta do Banco do Brasil para fazer depósito. Naquele quarto moram ele com esposa e filho, e mais o sogro e a sogra, que dormem apertados no chão. Eles precisam da sua ajuda. Eles ganham com os bicos que fazem 6 mil rúpias por mês. Isso equivale a 240,00 reais. Pagando um aluguel de 50,00 reais, sobram a eles 190,00 reais para comprarem comida. Se você se sentir tocado por Deus em ajudá-los e mandar uma boa oferta para eles, faça o depósito na conta abaixo e especifique a oferta escrevendo "Alok", que o dinheiro chega à mão dele. Deus abençoe a você pela generosidade de sua oferta.
Conta - Banco do Brasil
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Conta - 56852-x
Rivalver Lopes de Oliveira
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Se desejar me escrever para obter mais detalhes sobre a obra de Missões na India, ai vai o endereço.
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Proclamando o Reino |
Creio não
haver palavra mais tocante em toda a Bíblia do que aquela escrita pelo apóstolo
Paulo que descreve a Humilhação de Jesus contida em Filipenses 2.5-8. E quando
lemos esta palavra na Bíblia Inglesa comparando várias versões, vemos como o
texto se torna mais forte da que descrita no texto em Português. Vou escrever
alguns trechos fazendo tradução literal para que percebam a força das palavras.
“Have this mind in you” – Tenham esta mente em vocês.
“But he made himself as nothing” – Mas ele fez a si mesmo como nada.
“He took the lowest place” – Ele tomou o lugar mais baixo.
“And let himself be put to death” – Ele se permitiu ser colocado para
morrer.
Há uma antiga tradução que diz:
“Did not esteem it an object of
rapine to be on an equality with God”. - Não estimou-se um objeto de rapina
para estar em pé de igualdade com Deus.
Fica até difícil entender uma
tradução dessas. Mas a que eu usei para falar no Encontro Geral domingo aqui na
Índia foi esta:
Garota indiana |
“Your attitude should be the same as
that found in Christ Jesus” – A atitude em vocês deveria ser a mesma encontrada
em Cristo Jesus.
“Esta é uma coisa difícil para nós de
alcançar. A razão é que o homem se inflama em seu orgulho por quase tudo neste
mundo. Começando pela Torre de Babel ao mais alto arranha-céu hoje, o homem
imagina que ele é grande. Olhe para as grandes cidades com suas luzes de neon
piscando... O homem imagina que ele é tremendo. O terrível orgulho veio
primeiro no coração de Lúcifer. Em Isaías 14.13 Deus fala a respeito dele:
“Você disse em seu coração: eu subirei acima dos céus, eu farei meu trono mais
alto do que as estrelas de Deus e eu serei semelhante ao Altíssimo”. Lúcifer
queria reinar. Isso é orgulho, vanglória, um falso entendimento da sua própria
pessoa, porque ele era apenas mais uma das criaturas de Deus”.
No versículo 15 de Isaías 14 Deus
fala: “Mas você vai ser destituído”.
Provérbios 16:18 fala: “O orgulho
caminha antes da destruição, e um espírito empinado antes da queda”.
“Satanás caiu e colocou o mesmo
pecado no coração do homem”. Em Genesis 3.4-5 ele disse ao homem: vocês
certamente não morrerão... Deus sabe que os olhos de vocês se abrirão... vocês
serão como Deus. A semente do pecado foi colocada no coração do homem e ele se
tornou independente de Deus. Satanás não achou um lugar entre as estrelas, mas
ficou alegre em encontrar um lugar no coração do homem. E ele fez o homem
pensar que ele era uma ESTRELA. Olhe para as modelos, os políticos, os cantores, os ditadores, os presidentes, os
reis, os cientistas, os professores... todos eles imaginam que são
Estrelas. Até aqueles que não estão nesta posição imaginam isso:
Fazendo discípulos em terras distantes |
- Um cozinheiro se orgulha de sua comida,
uma faxineira da casa limpa, um estudante do teste que tirou nota 10, um homem
se orgulha de sua boa condição física, mostrando seus músculos para todo mundo,
uma mulher bela de sua beleza, um homem se orgulha em saber 3 ou mais
idiomas... Tudo é motivo de orgulho.
Que a atitude em vocês seja a mesma
de Jesus. Que atitude é esta? Vamos tentar entender quem era Jesus antes de Ele
ter se tornado homem.
Dando uma passeada por Isaías 40
podemos aprender algumas coisas:
v. 5 diz que “A glória do Senhor há
de ser revelada”...
v. 8 diz que “Sua palavras permanecem
para sempre”...
v. 10 diz: “O Soberano Senhor vem com
poder”...
v. 12 fala que “Ele mede as águas com
a concha de sua mão”... e ... “Ele mede os céus
com a palma de sua mão”... e ... “Ele ajunta toda a poeira da terra em
apenas uma medida”...
v. 13 – 14 diz que “Ele tinha todo o
conhecimento e que ninguém ensinou nada a Ele”.
v. 15 afirma que “As nações ( para
ele ) são nada, nada mais do que um pingo de água em um balde. Elas são menores
do que um resto de poeira em uma balança. As ilhas distantes são como apenas
uma luz de poeira”.
Ele mede o universo a palmo. |
v. 18 pergunta: “A quem Deus pode ser
comparado? De quê forma você pode descrever como ele é?”
Mas este Deus Soberano decidiu se
revelar na pessoa de Jesus. Você poderia imaginar que este Deus poderoso
deveria ter nascido em um grande palácio. Mas não foi assim que aconteceu.
Lucas 2.7 diz que Maria o deitou em uma manjedoura porque não havia quarto para
eles na estalagem. Para o Deus que preenche o universo inteiro não havia lugar
para Ele aqui na terra. Paulo continua dizendo que “Ele não pensou em se fixar,
pela força, na tentativa de permanecer igual a Deus”. ( Tradução livre ). Lúcifer e Adão desejaram ser como Deus; Jesus,
sendo Deus, não se apegou a esta posição.
O v. 7 em inglês diz: “Pela sua
própria e livre vontade, ele renunciou a tudo quanto tinha, e assumiu a
natureza de um escravo”.
Mateus 20.28 nos afirma que “Como o
Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida
para redimir muitas pessoas”. Ele era humilde, e andou nos caminhos da
obediência... Todo o caminho até a morte.
A atitude de Jesus é melhor percebida no coração de uma criança. |
Esta é a razão que você deve ter a
mesma atitude que houve em Cristo Jesus. Se você se orgulha por tudo o que você
faz, que seja até o ministério para Deus, esta não é a atitude que havia no
coração de Jesus. Esta atitude de se orgulhar pelo que via em si mesmo esteve
no coração de Lúcifer e foi passada para Adão. Que tiremos os olhos de nós
mesmos e a coloquemos em Cristo, sempre.
Encontro Geral Esta com a camisa escrito Brasil é a garota que adotei na Índia. |
Poucas vezes experimentei uma graça tão grande ao transmitir
o Evangelho do Reino em minha própria cidade como tenho experimentado aqui na
Índia. As vezes as palavras me fogem da mente, pois tenho que pensar em Inglês,
e por vezes me vejo procurando palavras que desconheço para transmitir uma
ideia. Procuro então, subterfúgios, frases mais longas e mais elaboradas.
Imaginei encontrar um homem, e Deus me deu 6 homens, e esta semana apareceu
mais um com muito desejo de aprender, perfazendo 7 homens e nenhum segredo.
Da esquerda para a direita Jonathan, Sujeet, Rajesh, Rivas, Sampad e Apok |
Dei a eles um prazo de em um mês para terminar toda apostila
1. Lançaram-se a ela como quem acha um tesouro escondido em um campo. E aos poucos,
eles estão descobrindo que precisam vender tudo, para comprar este campo, a fim
de se apoderarem deste tesouro. Vez ou outra, percebo alguém triste ou lágrimas
ocasionais, devido à força das palavras de Jesus. É gratificante observar a
obra de Deus nos corações deles à medida que os encontros acontecem. Passamos
pelo tópico 1 em uma semana, com catequese e tudo o mais. No domingo posterior,
falei no encontro sobre Jesus, sua Vida e Sua obra, e chamava cada um deles
para repetir os versículos previamente decorados. Foi uma experiência
agradável.
Na segunda semana, caminharam pelo tópico 2, e ficaram
maravilhados com a Ordem que Jesus nos deu, de fazermos discípulos. Conversamos
sobre o que é um discípulos, e repassamos várias vezes o ensino para fixar bem.
Na terceira semana avançamos pelo tópico 3. Quando abrimos o verbo sobre os
assuntos de arrependimento, batismo em Cristo e o dom do Espírito Santo, as
perguntas começaram com mais frequência. Eram perguntas pertinentes aos assuntos,
mas que corrigiam anos de práticas erradas, pecados não confessados,
relacionamentos rompidos, perdão contido. Era visível a ação do Espírito Santo
trabalhando, curando, limpando e transformando.
Usaremos a 4ª semana para repassarmos todo o ensino e
cavarmos uma profunda vala na vida de cada um, para que prossigam para o alvo
da soberana vocação em Cristo Jesus. Não sei se todos estarão dispostos a
pagarem o preço de fazerem discípulos como Jesus tem ordenado, mas sei que
todos eles entenderam a seriedade da ordem de Jesus e da obra a ser feita.
Cenáculo do Encontro Geral |
Encontro Geral
Hoje o encontro geral aconteceu em local aqui próximo. Havia
umas 40 pessoas reunidas, entre batizados e não batizados. Quando cheguei ai
“cenáculo” por volta de 10 hrs, já havia muita gente esperando. Assim que
cheguei, foi como um passe de mágica, o encontro começou. Rajesh começou a
falar e conclamar a igreja à oração e cânticos. Sei que ainda está longe de
funcionar como grupo caseiro, mas não penso que deva interferir no odre, tentar
mudar algo que é totalmente relativo. O que posso estar bem certo é que Rajesh
e os líderes estão entendendo o que é Ser e Fazer discípulos. E quando começar
a vir a prática, os frutos também virão na mesma proporção.
"Bobby", esposa de Rajesh |
Tenho tocado o violão nos encontros, mas meus dedos foram
amarrados em um poste de tortura e estão sendo flagelados. É assim que me sinto
em relação a eles. São os homens que puxam os cânticos – aliás, mulher faz
muito pouco por aqui – e quando cantam, tiram as músicas em um tom quando que
impossível de acompanhar. Geralmente quando é o Jonathan que começa a cantar,
ele começa em Sol Sustenido – menor ou maior – dependendo da canção. Outro dia
o acompanhei em uma canção no tom de Ré Sustenido menor. Todas as notas na
sequência foram com pestanas... Quem entende um pouco de música sabe do que
estou falando. Se é difícil acompanhar Heródson, um desafinado de nascença,
imagine tentar seguir um indiano em sua canção, com todas as suas voltas e
entonações. Meus dedos neste dia foram simplesmente estraçalhados, esfolados
vivos. Hoje o Jonathan me ajudou, começou a cantar, e quando achei o tom,
estava em Fá maior. Mas também eles nem se importam se você está tocando ou
não... eles cantam sem acompanhamento mesmo e nem percebem em que nota você
está tocando. Nos primeiros encontros vi o Rajesh tocando, e para todas as
canções ele usava só 4 notas – Dó maior, Ré Maior, Mi menor e Lá menor. Estas
notas tinham que se encaixar em todas as músicas. E o batidinho era o mesmo,
não muda nunca, e quando você imagina que a música estava acabando, eis que
continuava por mais duas ou três estrofes. Descobri qual é a razão de tudo
isso: eles não tocam e não cantam para o homem, mas sim, para Deus. E cantam
com alegria, e as notas do violão, se, contudo, desafinadas, não faltam nelas
alegria também.
Garota aprendendo os caminhos do Senhor |
Trouxe uma mensagem sobre “o mesmo sentimento que devemos
ter, aquele que houve em Cristo Jesus” – Filipenses 2.5, que coloquei na
íntegra no outro blog que tenho – ( rivasshare.blogspot.com ). Depois da
mensagem tivemos ceia, e depois, fomos almoçar juntos e tirar fotos. Varias
mulheres vieram abraçar Jane, e tocar nela, observar sua pele branca. Muito me
maravilho porque a Igreja de Cristo em todo lugar exala Seu perfume, e os
irmãos são muito amáveis. Antes de terminar, Rajesh identificou os que não eram
batizados e marcou com eles um encontro terça-feira a noite, momento em que
estaremos falando com eles sobre a necessidade de se batizarem e seguirem a
Cristo com toda a determinação.
Mais algumas fotos do Encontro.
Jane e sua amiga. |
Este homem está alegre pois foi curado de uma gangrena na perna. |
Esta é Sula, que trabalha em nossa casa, junto com Jordana |
Hora da bóia, hora da alegria para ele. |
Já me alimentei do pão espiritual, agora o material. |